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Tag Archives: tiago dória

Via Tiago Dória

Andrew Rossi acompanhou por um ano a rotina dos jornalistas do NYT que cobrem a área de mídia. Promete.

Via Tiago Dória

Via Tiago Dória

Esse trecho aí de baixo é do Tiago Dória, comentando o livro do Tim Wu, The Master Switch.

Wu propõe a criação do “Princípio da Separação”, uma forma de autorregulação do mercado de telecomunicações nos EUA. Empresas de conteúdo não poderiam entrar nos negócios de infraestrutura nem de dispositivos. Integrações verticais seriam proibidas. Nunca as três camadas poderiam se misturar na mesma empresa – conteúdo, infraestrutura de rede e dispositivos.

É justamente nessa capacidade de reunir vários formatos de comunicação e pessoas em uma única rede, em uma única plataforma, que está o maior perigo da internet – “com todo mundo em uma única rede, o potencial de poder para controlar tudo isso é muito maior”.

A internet traz diversidade de conteúdo, mas não de plataforma. E quem domina a infraestrutura dessa plataforma tem um grande poder em mãos.

in Master Switch, we have a brilliant explanation and history of what Wu calls “the Cycle,” through which information industries rise, consolidate, monopolize, capture governments, force out competitors, and, eventually, fragment into something less grandiose, less perfect, but more vibrant, open, and innovative.

Tem uma parte do livro muito foda que fala sobre fitas magnéticas e secretária eletrônica:

The book is a wealth of anecdotes, like the story of magnetic tape and the answering machine. Discovered and invented first in the 1930s at AT&T’s Bell Labs, they didn’t come to fruition until the 1960s because AT&T executives believed answering machines would lead the public to abandon the telephone. As a result, the telecommunications sector became “a stagnant, oppressive industry under decades of AT&T rule,” Wu writes: “The sector began to resemble a small-scale version of the planned economies of the Soviet Union.”

Essa parte sobre net neutrality é foda, fala sobre o perigo que é ter empresas donas de conteúdo e da infra-estrutura de transmissão:

The concept of separating content from conduit is an old and important one. The late U.S. District Judge Harold Greene, who oversaw the legal case, which broke up the old AT&T, warned early on about the dangers of having a company, like AT&T or one of the Bell companies created by the break-up, offering information services and owning the network. In 1982, Greene wrote, “there is a real danger that AT&T will use its control of the interexchange network to undermine competing publishing ventures.” Here is one that might sound familiar to today’s audience: “AT &T could discriminate against competing electronic publishers in a variety of ways. It could, for example, use its control over the network to give priority to traffic from its own publishing operations over that of competitors.”

It’s not fashionable to talk about “common carrier” services — the idea that some businesses serve an essential function so that they operate in a non-discriminatory way. Opponents of Net Neutrality, usually those who favor the big telecom companies, complain that the idea is old-fashioned in today’s Internetworked world. Wu notes that the phrase is old-fashioned — it has been around since the 15th century, and for good reason. The harms to the public, to innovation and to society, are greater with industrial and centralized control than without it.

No final do livro tem um apelo do Tim Wu:

Let us, then, not fail to protect ourselves from the will of those who might seek domination of those resources we cannot do without. If we do not take this moment to secure our sovereignty over the choices that our information age has allowed us to enjoy, we cannot reasonably blame its loss on those who are free to enrich themselves by taking it from us in a manner history has foretold.

Via Tiago Dória, Boing Boing e Huffington Post.

É velho mas é de uma genialidade constrangedora, embaraçosa. Parabéns a Wired.

Tirei esse trecho de um post, como de hábito excelente, do Tiago Dória, e só com ele (não o Tiago, o trecho) se pode entender toda a grandeza deste jogo.

Cutthroat Capitalism é sobre a ação de piratas na Somália, durante o ano de 2009. No jogo, você é um pirata (ladrão/sequestrador de navios) que tem como missão conseguir uma certa quantidade de dinheiro e recrutar novos integrantes para a sua “equipe de piratas”.

O jogo foi publicado junto com uma matéria correspondente na edição da Wired. Enquanto a versão impressa mostrava a ação dos piratas na Somália, do ponto de vista das empresas de transporte marítimo; Cutthroat Capitalism registrava-a, do lado dos piratas.

E seguia além – forçava os leitores a entender a pirataria a partir da experiência simulada pelo newsgame. No fim das contas, mostrava como o sistema de pirataria funcionava como um todo. E é neste ponto que está um dos diferenciais dos newsgames, ainda pouco explorado. Poder ir além do hardnews, do factual.

Frase de Nathan Eagle, do MIT, na PopTech 2010.

Nathan Eagle, professor assistente do MIT, fez uma das apresentações mais interessantes. Começou provocando a platéia ao afirmar que, na realidade, o celular é uma tecnologia dos países em desenvolvimento. Regiões como África, por exemplo, estão usando e aproveitando bem mais a potencialidade da tecnologia móvel do que os chamados países desenvolvidos.

Em regiões em desenvolvimento, a telefonia móvel tem um impacto bem maior na vida das pessoas. Além do celular ser uma das principais (às vezes, única) porta de entrada para a internet, você precisa ter um telefone móvel para efetivamente fazer parte do sistema, ser um cidadão.

Praticamente quase tudo é feito por meio do celular – transações bancárias, contato com autoridades, compras e, o mais importante, a conquista de novos empregos. Segundo o professor assistente do MIT, trabalhadores braçais na África, se organizam, ficam informados e conseguem empregos por meio de SMS.

Essa importância da tecnologia móvel nos países em desenvolvimento se reflete nos números. Para cada usuário de celular nos países desenvolvidos, existem 4 nos países em desenvolvimento.

Eis um projeto fodástico do Nathan:

Eagle é o criador da txteagle, projeto que tem a ambição de permitir que as pessoas ganhem dinheiro ou créditos realizando atividades por meio do celular, na dinâmica de crowdsourcing. Essas atividades vão desde a tradução de textos até a colocação de tags em vídeos.

Se você quiser entender o título, sugiro Jan Chipchase e Tomi Ahonen.

O texto aí de cima é do Tiago Dória, cujo post sobre a PopTech 2010 ainda tem uma frase foda sobre serendipidade e o excesso de filtros:

Segundo Pariser, a web precisa de mais ruído. Todos esses sistemas que captam uma enorme quantidade de dados sobre a navegação, para mostrar resultados mais relevantes para a gente, são falhos em mostrar a diversidade da vida.

Tiago Dória escreveu um post interessante, como de costume, sobre um livro de Nick Bilton, um dos líderes da guinada do NYT. Lá pelo meio do post tem esse trecho interessantíssimo:

Citando o cientista político Benedict Anderson, o pesquisador do NYTimes lembra que a mídia impressa sempre teve uma capacidade de ser “social”. Por utilizar uma linguagem comum, tem a competência de criar “comunidades imaginárias” e um senso de nação.

Com esse raciocínio, Bilton aponta para um detalhe histórico importante. Alguns dos primeiros jornais na Inglaterra vinham com uma folha em branco para que o leitor pudesse escrever algo quando passasse o jornal para frente, para outra pessoa ler.

Ou seja, os jornais vinham com “espaço para comentários”, já havia um senso de conversação e interatividade na mídia impressa.

Para fechar, um trecho interessante sobre storytelling:

Para mim, o livro tem dois pontos altos. Um deles, quando o autor deixa claro que um dos principais desafios da mídia não é mudar de plataforma ou dispositivo (antes papel, agora digital/antes carta dos leitores, agora página no Facebook), mas trabalhar com novas narrativas, conseguir se manter atraente em meio a tantas opções. O desafio é narrativo.

Vodpod videos no longer available.

Via Tiago Dória, inclusive o didático título do post.

Taí, nunca achei que ia escrever nada sobre a Barbie. O que só sublinha a minha doce ignorância. O indispensável Tiago Dória leu o livro Barbie e Ruth, sobre a saga da bonecas e sua criadora, Ruth Handler, e escreveu um post foda. E a tecnologia teve papel crucial para a estonteante média de uma boneca vendida a cada 3 segundos:

a Barbie foi um dos primeiros brinquedos a utilizar a tecnologia de PVC. Nos anos 40 e 50, ninguém imaginava utilizar PVC e o seu processo de moldagem para um uso comercial mais amplo. Na época, o material era utilizado para fazer bolas de golfe e saltos de sapato.

PVC era visto como uma mistura de borracha e metal, e trazer essa tecnologia para o mundo dos brinquedos foi revolucionário na época

Para criar a boneca de aparência incomum (na época, as bonecas tinham aparência de bebê), com detalhes como unhas e sobrancelhas, era necessário usar um tipo de material especial. E o PVC se mostrou o ideal. Mas até chegar a essa conclusão foram mais de 3 anos de experimentos com moldagens e outros processos de produção.

Houve ainda o processo de produção e costura das roupas da Barbie, que eram minúsculas. A Mattel foi obrigada a “abrir” o seu projeto e buscar a tecnologia para manufatura das roupas no Japão, que, mesmo assim, precisou ser aperfeiçoada.

Enfim, a Barbie é resultado de um longo período de amadurecimento e experimentação de tecnologias.

A importância ao pós-venda também explica o sucesso da Mattel:

Do ponto de vista de gestão, por meio da Barbie, a Mattel foi uma das primeiras empresas de brinquedos a perceber o quanto é possível tirar vantagens do pós-venda. A principal fonte de receita da Mattel com a Barbie não vem da venda da boneca em si, mas de licenciamento e principalmente das milhares de coleções de roupas e apetrechos que são vendidos depois.

Foda, né? Mas agora que vem o melhor, pois versa sobre comportamento:

Em relação às críticas, de criar um esteriótipo de mulher, Ruth geralmente respondia que a Barbie não era o fim do mundo, tinha um caráter até que educacional. Muitas mulheres aprenderam suas primeiras noções de moda, combinação de cores e texturas em roupas e penteados por meio da Barbie, explicou anos depois.

A da Barbie começa nos anos 50, quando em uma viagem à Alemanha, Ruth conhece e compra uma boneca chamada Bild Lilli, que serviu de inspiração para fazer um brinquedo quase idêntico, mas com aparência mais adulta e versátil – “da forma como as meninas queriam ser quando crescerem”.

Uma boneca que poderia ser ao mesmo tempo atleta, estudante, piloto da Força Aérea e candidata à presidência. O que sempre fez parte da estratégia, a Barbie ser várias coisas ao mesmo tempo. “Nós, garotas, podemos fazer qualquer coisa”, dizia o slogan de campanha da boneca no começo dos anos 80.

Essa parte lembra muito a pesquisa que a Cubocc fez para a Axe acerca das mulheres.