Taí, nunca achei que ia escrever nada sobre a Barbie. O que só sublinha a minha doce ignorância. O indispensável Tiago Dória leu o livro Barbie e Ruth, sobre a saga da bonecas e sua criadora, Ruth Handler, e escreveu um post foda. E a tecnologia teve papel crucial para a estonteante média de uma boneca vendida a cada 3 segundos:
a Barbie foi um dos primeiros brinquedos a utilizar a tecnologia de PVC. Nos anos 40 e 50, ninguém imaginava utilizar PVC e o seu processo de moldagem para um uso comercial mais amplo. Na época, o material era utilizado para fazer bolas de golfe e saltos de sapato.
PVC era visto como uma mistura de borracha e metal, e trazer essa tecnologia para o mundo dos brinquedos foi revolucionário na época
Para criar a boneca de aparência incomum (na época, as bonecas tinham aparência de bebê), com detalhes como unhas e sobrancelhas, era necessário usar um tipo de material especial. E o PVC se mostrou o ideal. Mas até chegar a essa conclusão foram mais de 3 anos de experimentos com moldagens e outros processos de produção.
Houve ainda o processo de produção e costura das roupas da Barbie, que eram minúsculas. A Mattel foi obrigada a “abrir” o seu projeto e buscar a tecnologia para manufatura das roupas no Japão, que, mesmo assim, precisou ser aperfeiçoada.
Enfim, a Barbie é resultado de um longo período de amadurecimento e experimentação de tecnologias.
A importância ao pós-venda também explica o sucesso da Mattel:
Do ponto de vista de gestão, por meio da Barbie, a Mattel foi uma das primeiras empresas de brinquedos a perceber o quanto é possível tirar vantagens do pós-venda. A principal fonte de receita da Mattel com a Barbie não vem da venda da boneca em si, mas de licenciamento e principalmente das milhares de coleções de roupas e apetrechos que são vendidos depois.
Foda, né? Mas agora que vem o melhor, pois versa sobre comportamento:
Em relação às críticas, de criar um esteriótipo de mulher, Ruth geralmente respondia que a Barbie não era o fim do mundo, tinha um caráter até que educacional. Muitas mulheres aprenderam suas primeiras noções de moda, combinação de cores e texturas em roupas e penteados por meio da Barbie, explicou anos depois.
A da Barbie começa nos anos 50, quando em uma viagem à Alemanha, Ruth conhece e compra uma boneca chamada Bild Lilli, que serviu de inspiração para fazer um brinquedo quase idêntico, mas com aparência mais adulta e versátil – “da forma como as meninas queriam ser quando crescerem”.
Uma boneca que poderia ser ao mesmo tempo atleta, estudante, piloto da Força Aérea e candidata à presidência. O que sempre fez parte da estratégia, a Barbie ser várias coisas ao mesmo tempo. “Nós, garotas, podemos fazer qualquer coisa”, dizia o slogan de campanha da boneca no começo dos anos 80.
Essa parte lembra muito a pesquisa que a Cubocc fez para a Axe acerca das mulheres.